terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A MULHER FANTASMA DA FAZENDA GRANDE DO RETIRO

A Fazenda Grande do Retiro nos idos de 1970 foi tema de literatura de cordel do grande trovador popular brasileiro Rodolfo Cavalcante, esta obra foi descoberta devido aos arquivos de literatura de cordel do Pe. Paulo Tonucci, lido pelo editor desse blog, que traz à luz esse precioso documento para uma memoria ou história deste bairro. Apreciem...

A Mulher Fantasma da Fazenda Grande
Autor: Rodolfo Coelho Cavalcante
TROVADOR POPULAR BRASILEIRO

Quem leu A TARDE de 13
De novembro, que passou,
Viu o caso do fantasma
Que muita gente assombrou
E segundo muita gente
Relata perfeitamente
Que do monstro se assustou

Dizem que é "uma mulher"
Com a cara bexiguenta
Outros dizem que é um monstro
Dando esturro pela venta
E dando carreira louca
Soltando fogo da boca
Com uma risada nojenta!

O tal monstro tem dois chifres
Parecendo com um carneiro
E um algarismo na testa
Que simboliza o letreiro
Do Dagrão do fim da Era
Retrato da Bêsta Fera,
Que é o Satanás verdadeiro!

Hoje na Fazenda Grande
O povo vive assombrado
Ora aparece a mulher
Em um monstro transformado,
Duas pessoas matou
Uma que susto tomou
Ainda sofre um bocado.

Dona Lindomar Teixeira
Que é mulher que não mente
Basta dizer que professa
A divina lei de crente
Disse que na encruzilhada
Da Pitangueira assombrada
Tem "coisa" que mata a gente!

Na tal dita encruzilhada
E' lugar de brucharia
Todo dia tem "bozó"
Coisa mesmo que arrepia,
De sete horas pra oito
O cabra que for afoito
Vê coisa que nunca via!.

a esquina da Rua Orós
E' o lugar da assombração,
Já foi gente pro Hospital
Sem bater o coração
Os que ainda não morreram
Por certo não esqueceram
Da terrível aparição!

Disse Dona Lindomar
Que acordou muito assustada
Pois sentindo urna coisa estranha
Foi prevendo uma cilada
Do terrivel tentador
Mas com a fé no Senhor
Náo temeria de nada

Começou ela a Orar
Com a fé no Onipotente
Mas uma voz esquisita
Lhe dizia sutilmente:
"Fique certa Lindomar
Que hoje vou lhe matar
Não adianta ser crente"!

Lendo a Bíblia, piedosa,
Dona Lindomar falou:
"E' com o sangue de Jesus
Que minh' alma Se la vou,
Te repreendo Voraz,
Vai-te embora Satanás,
Jesus Cristo me salvou!"

Dona Lindomar subiu
A ladeira já assustada
Sempre ouvindo aquela voz
Cada vez ameaçada,
Uma mulher bexiguenta
Falando meio foenta
Lhe atacou na encruzilhhda!

Quando o tal monsto chegou
Bem perto dela rosnando
Ela assombrada caiu,
Alguem que ia passando
Levou-a desacordada
Pra sua casa, assombrada,
Tudo depoiS relatando.

Senhor Arlindo Damásio
Homem de fibra e respeito
Contando 60 anos
Já conta de outro jeito
Na encruzilhada sentiu
Faltarem forças, caiu
Só sendo feitiço feito!

Por causa desta tal queda
Sofreu êle operação
Mas não acredita que haja
Tal caso de assombração
Embora que êle não viu
Mas entretanto, caiu
- Foi isso o fantasma OU não?

Dona Maria das Dores
Ainda soltando prantos
Conta o caso do seu tio
Senhor Aureliano dos Santos
Que morreu na Encruzilhada
Da Pitangueiras falada
De tantos sofrerem tantos!



O Senhor Aureliano
Andava um pouco doente
Com seus 46 anos
Era um homem resistente,
Porém, sem nenhum confôrto
Foi na encruzilhada morto
De Um modo horrivelmente!



Hoje na Fazenda Grande
Do Retiro, meu leitor,
Pitangueiras é um lugar
Que já causa ate• pavor
É dificil um camarada
Passar lá na encruzilhada
Sem sofrer nenhum temor

Infelizmente o retrato
Da tal mulher bexiguenta
Não foi possivel colher-se
Pois ela Se apresenta
De várias formas, por isso
O tal mistério é feitiço
Do capeta que atenta!

[...]

Que se torne vigilante
Que talvez na encruzilhada
Desta data por diante
Seja o tal monstro pegado
E' um conselho, um recado.
De Rodolfo Cavalcante

Dezembro de 1970

3 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!!! Isso não passa de piadinha para crianças!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ok;-} Conta outra..........!

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  2. Kkkkkk. Eu tinha 7 anos nessa época e essa era uma história horripilante que eu ouvia e tremia de medo.

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  3. Kkkkkk. Eu tinha 7 anos nessa época e essa era uma história horripilante que eu ouvia e tremia de medo.

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